SONIC 2: A Sega finalmente enterrou a Nintendo?

O ano era 2020, o mundo todo estava completamente parado e em choque por causa da, naquele momento, recente pandemia do novo Coronavírus. E com tudo isto acontecendo, qual foi o resultado para o cinema do ano? Sonic 1 sendo o melhor filme por falta de competição.

“Ah Igor, então quer dizer que você não gostou?” P***a nenhuma, eu adorei! Era o filme que o mundo precisava naquela hora. Um filme simples e infantil para dar o quentinho no coração. Mas eu prometo não me adiantar demais e sinto a necessidade de contar a breve história da minha relação com o ouriço mais conhecido da cultura pop. 

Como um bom gamer nascido nos anos 90, meus principais ícones dos jogos eram, naturalmente, Mario e Sonic (a treta do século), ocorre que, ao contrário de muitos, eu nunca vi muito como uma competição. “Ah, porque você adorava ambos os jogos. Não é? Não é?…” Não.

Para mim nunca houve uma briga, pois Mario sempre esteve anos luz à frente no quesito de qualidade dos jogos e isso foi apenas se evidenciando mais com o passar dos anos. Mas minha relação com o Sonic ainda era de carinho, apesar de tudo isso. 

Quando criança, o Sonic foi um dos meus primeiros amigos imaginários (sério mesmo, sem zoeira). Eu sonhava que vivíamos diversas aventuras, eu até já havia imaginado qual seria a textura do seu “pelo”. Coisa de louco. 

Bom, sei que não é uma longa e elaborada história, mas serve para mostrar que eu tenho bastante carinho por este tão amado personagem e que minha opinião sobre estes filmes parte necessariamente, por bem ou por mal, de uma memória afetiva.

Agora retornamos ao primeiro filme. Em meio a pandemia, quando assisti, eu fiquei incrivelmente satisfeito, mas ainda tinha um gostinho amargo em minha boca. Este gosto era gerado pelo sentimento de que acreditava que o filme ainda sofria uma certa crise de identidade, não sabendo ao certo se queria ser um filme de videogame ou apenas um filme infantil com um personagem idolatrado. 

Fastforward e cá estamos na segunda empreitada desta nova franquia cinematográfica. Sonic 2 é um filme de aventura infantil que expande o universo cinematográfico do Sonic nas telonas nos apresentando, além de rosto já conhecidos, ao queridinho Tails e ao Knuckles, o durão. 

Pessoal, não vou me alongar demais nesta crítica pois eu realmente sinto que não há a necessidade. Dito isto, eu ressaltarei o maior ponto positivo deste filme: ele entende o que quer ser e é tudo que eu queria que o primeiro tivesse sido. 

O filme tem absolutamente ZERO vergonha de ser simplesmente uma diversão para a família, compreendendo exatamente o que faz (e fez) os gamers se apaixonarem por este mundo quando jovens. 

E sei que isto parece algo simples de se fazer, mas nós somos apresentados diversas e diversas vezes com filmes baseados em jogos que simplesmente NÃO conseguem compreender. 

Para mim, um dos mais recentes exemplos deste erro tão comum é o filme do Uncharted, com Tom Holand. De nada adianta você copiar cenas dos jogos se a essência não está lá! Mas, voltemos ao Sonic. 

Ao compreender seu lugar no mundo do cinema, Sonic consegue passar com êxito à árdua tarefa de sopesar a referência aos jogos com a adaptação ao novo público. Isto quer dizer que o filme é perfeito, é um ícone do cinema e ganhará o Oscar? Certamente não, mas sabe o que o filme realmente é? 

Incrivelmente divertido, despojado, galhofa na medida certa e completamente irreverente! Adorei!

Uma menção honrosa que merece ser ressaltada, é o trabalho cheio de carisma do nosso eterno Ace Ventura. Ao, aparentemente, dar plena liberdade à Jim Carrey, o diretor Jeff Fowler mostra que realmente entende o que está fazendo, e permite a criação de um personagem caricato e carismático na medida. 

Em resumo, o que temos então? Um filme simples, divertido e que acerta ao aproximar o público mais jovem destes importantes personagens para a história dos videogames. Dito isto, não poderia haver outra conclusão se não a minha forte recomendação para todos que curtem uma aventura descompromissada e divertida.