O ano era 2017, eu estava em meio ao curso de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná e o mundo se preparava para ser dominado à força pela, então nova, IP da Sony, Horizon Zero Dawn.

Era bajulação pra todo lado! Gráficos lindos, história envolvente, jogabilidade de tirar o fôlego, protagonista bem escrita e por aí vai. Ocorre que, em um canto escuro e cinzento do mundo chamado Curitiba, cá estava eu pronto para desbravar este novo mundo ao lado de Aloy. A conclusão? Não gostei tanto quanto todas as outras pessoas.
Certamente alguns de vocês leitores já estão com seus tridentes e tochas vindo até minha casa gritando “El forastero” – referência de Resident Evill 4, quem não entendeu ou é jovem demais ou nunca se presenteou com este lindo jogo – mas calma que eu quero explicar! Sabe quando você come uma pizza maravilhosamente gostosa, mas, por ter passado a semana toda sendo agraciado por comidas maravilhosas a pizza já não tem tanto impacto? Este foi o sentimento.
Logo antes de iniciar minha jogatina de Horizon eu havia finalizado o tão aguardado The Legend Of Zelda: Breath of the Wild. E para aqueles que não me conhecem tão bem, eu explico um fato relevante: Este é, facilmente, um dos meus top 3 jogos preferidos DE TODOS OS TEMPOS. Horizon nunca teve chance.
Então em resumo, o que tivemos? Um jogo maravilhosamente bem feito, com roteiro digno de Oscar, atuações fabulosas e jogabilidade linda e que mesmo assim não me empolgou.
E por que este longo devaneio sobre o primeiro jogo? Porque, infelizmente, a sua percepção da sequência tema deste texto está diretamente ligada com seu envolvimento emocional com o primeiro jogo.
Então, me dói dizer, mas esta é uma crítica de Horizon Forbidden West por uma pessoa que não se importou muito com Horizon Zero Dawn e sequer estava esperando continuação. Mas eu deixo claro que serei bem justo com o jogo, prometo.
Bom, Horizon Forbidden West é sequência direta de seu antecessor, iniciando os acontecimentos do seu jogo logo após Aloy derrotar Hades, salvando a cidade de Meridian. Por um breve período tudo parecia show, mas logo em seguida, nossa protagonista se depara com uma nova ameaça.
Esta nova ameaça se materializa na forma de uma peste que está se espalhando por todo o planeta, colocando um prazo de validade em toda a vida na Terra. Agora, Aloy, com a ajuda de todos os seus amigos do primeiro jogo – bom, os que sobreviveram, pelo menos – precisa iniciar uma nova aventura, através do Forbidden West, em busca de uma solução para este problemão, ao mesmo tempo em que procura ainda mais respostas sobre seu passado.
Bom, este foi o resumão da história do novo jogo, mas eu te garanto, tem MUITO mais informação para aqueles que escolherem percorrer esta aventura! Diversos temas relevantes são abordados, tais como limites de inteligências artificiais, destruição natural pelo homem e outros correlatos.
A história funciona muito bem e sua condução é feita de forma gradativa e mastigadinha, garantindo que todos os jogadores consigam compreender a elaborada trama por trás de todos os acontecimentos do complexo universo do jogo.

Nos quesitos técnicos, é tudo do bom e do melhor, dispensando maiores comentários! Agora vem a parte que todo mundo gosta: os pontos positivos e negativos.
Primeiro os negativos, para deixar o bom para o final! De negativo eu só consigo pensar em dois pontos: i) movimentação em alguns momentos e ii) combate corpo a corpo.
Quanto à movimentação, via de regra ela é bem fluida e plástica, mas por algum motivo a Aloy, ao pular, parece o CJ de GTA San Andreas do PS2! Em um primeiro momento, isto pode parecer pouca coisa, mas se considerarmos que existem trechos de plataforma no jogo, é fácil perceber quando esta situação pode vir a extrapolar o mero dissabor.
No que toca ao segundo ponto, o problema é um pouco maior. Desde o antigo jogo me pareceu claro que os desenvolvedores esperam que você utilize prioritariamente seu arco e suas flechas e que jogue de forma furtiva. Até aí tudo bem. Ocorre que em dado momento, o jogo acaba te colocando em situações que a utilização do cajado para combate mostra-se como melhor alternativa, mas a sua qualidade fica categoricamente abaixo do restante do game.
Com o golpe corpo a corpo os inimigos parecem esponjas, uma vez que absorvem o dano e conseguem atacar seu personagem de forma quase imediata – salvo nos casos de ataques pesados, mas é impossível usar muitos deles. Outra limitação no setor vem na ótica da mínima variedade – pra não falar que é basicamente um apenas – de combos possíveis, fazendo com que o setor se torne maçante e repetitivo, em partes.
Mas chega de lamúria, agora vem os pontos positivos. Bom, nestes eu serei bem breve: Todo o resto…
Parece preguiçoso, eu sei, mas o jogo é feito com um grau de perfeição invejável e brilha em todos os setores. Mas como ponto alto mesmo, ressalto a história e as mecânicas de furtividade.
Aloy pode montar diversas armadilhas, tipos diferentes de flechas, usar apetrechos para tornar sua visualização mais complicada para os inimigos e por aí vai! Coisa maravilhosa mesmo!

Em conclusão, Horizon Forbidden West é um avanço em todos os sentidos se compararmos ao seu antecessor, entretanto, é inquestionável que o fruto não caiu longe do pé. O que eu quero dizer com isto? Ora, por bem ou por mal, tudo que você sentiu com o jogo anterior será traduzido para esta nova aventura. Se você amou “Zero Dawn”, certamente amará este jogo, mas se você não gostou, eu recomendo passar longe, pois é mais do mesmo – embora muito melhorado!
Para mim, infelizmente o sentimento de indiferença que narrei no início permaneceu presente, mas isto, em momento algum, faz com que eu acredite que se trata de um jogo ruim! É uma obra excelente que merece ser jogada por todos que se interessaram, mesmo que minimamente, com o que eu descrevi aqui!
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